SEGUNDA CAPELA DE SANTO AMARO
Todos os fortes no Brasil tiveram um santo protetor A Fortaleza da Barra iniciada em 1584, recebeu o nome de Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande. Às vezes é citada como sendo São Miguel, considerado um Anjo guerreiro, acabou predominando a devoção do Santo Beneditino. (ANDRADE, Wilma T. 1997 p 3)
Assim a história da capela sempre esteve ligada a Fortaleza, construída para compor o sistema de defesa do litoral
Em 1700 por razões estratégicas, a Vila de Santos foi declarada Praça Militar, a defesa militar da costa brasileira assolada por piratas e corsários, principalmente franceses, era uma das maiores preocupação da coroa portuguesa.
O Governador determinou que se construísse uma nova Casa da Pólvora e que se desmanchasse a que la estava por ser mal construída e estar em sitio muito arriscado. De fato a Casa da Pólvora ao lado da Casa de Comando, bem visível do mar podia facilmente ser atingida pelo inimigo.
No lugar da antiga Casa da Pólvora, ergueu-se a capela que hoje vemos. A radical mudança de uso obrigou a reforma no antigo depósito de pólvora dando-lhe uma aparência que sinalizasse de modo inequívoco, a nova função.
Figura 1 Capela de Santo Amaro na Fortaleza da Barra Grande
Fonte acervo particular do autor, (2010)
A Construção da Capela
Voltada para o mar a capela está à vista de todos ao lado do edifício principal a Casa do Comando ou quartel.
Na parede Frontal, vê-se uma única porta de linhas retas, e a fachada sobe limitada por duas volutas e de sentido inverso que sustentam uma base triangular, onde uma cruz simples a finaliza. A parede é, nos cantos laterais, limitada por duas solidas pilastras de pedra, encimada por pináculo. O conjunto alia solidez à elegância. Vejamos a fachada e o que está gravado no Granito
Figura 2: Obra que fez o Governador José Rodrigues de Oliveira 1742
Fonte: acervo particular do autor (2010)
Interessante notar que o nome do governador da época não aparece conforme veremos a seguir:
Na lista dos Governadores estranhamente não aparece o nome de José Rodrigues de Oliveira e sim o de D. Luis Mascarenhas, Conde d’Alva 8º capitão general da capitania de São Paulo, durante onze anos de 1739 a 1750. A estranheza logo se desfez após pesquisa, pois ele era o imediato de D. Luis Mascarenhas. Por ordem de D. João V, D. Luis residiu à maior parte em Vila Boa de Goiás e deixou, em São Paulo, José de Oliveira, um de seus melhores colaboradores, que deu execução as medidas estabelecidas por ele. O construtor da capela era Capitão de Dragões, na Capitania de Minas Gerais, quando foi nomeado Mestre de Campo Governador da Praça de Santos, por três anos prorrogáveis, o que aconteceu tendo José Rodrigues de Oliveira exercido o comando durante sete anos. (ANDRADE, Wilma T. 1997 p.5).
Internamente a Capela mede 5,75m de frente e 5,70m na parede posterior. A fachada lateral direita tem 7,77m e lateral esquerda 7,73m, sendo que nesta parede, a única janela descortina uma bela vista para o mar. As paredes espessas de alvenaria, pedras e tijolos são argamassadas com oleato de cálcio substância aglutinante obtida por um processo que consistia em juntar a cal retirada de sambaquis e obtida nas caieiras e óleo de baleia, abundante na região.
A obrigação de manter a capela era da Coroa real e, por isso só com licença especial do governador da Capitania de São Paulo, padres podiam visitar a capela. Nem sempre a permissão era concedida, alegando-se que a capela estava sobre a proteção real e não possuía sacrário.
Os serviços religiosos, como missas, eram em meados do século XVIII, prestados pelos franciscanos do convento de Santo Antonio do Valongo, que recebiam 60$000, pagos pela Real Junta.
Fontes e bibliografia:
ANDRADE, Wilma Terezinha F. de. Capela de Santo Amaro na Barra Grande. Folheto. Santos: Comissão Pró- Fortaleza da Barra, 21 de dezembro 1997.
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